sábado, 30 de março de 2013

Matriz de Referência de Língua Portuguesa 3º ano Médio

A matriz de referência de Língua Portuguesa é composta por seis tópicos, relacionados a habilidades desenvolvidas pelos estudantes. Dentro de cada tópico há um conjunto de descritores ligados às competências desenvolvidas. O conjunto de descritores é diferente em cada série avaliada.
Tópico I. Procedimentos de Leitura
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
D6 – Identificar o tema de um texto.
D14 – Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

Tópico II. Implicações do Suporte, do Gênero e /ou do Enunciador na Compreensão do Texto

D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto, etc.).
D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

Tópico III. Relação entre Textos

D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.
D21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema. 

Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto

D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
D7 – Identificar a tese de um texto.
D8 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.
D9 – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
D10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
D11 – Estabelecer relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto.
D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc. 

Tópico V. Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido

D16 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
D17 –Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
D18 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão.
D19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos. 

Tópico VI. Variação Lingüística

D13 – Identificar as marcas lingüísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto .

Matriz de Referência de Língua Portuguesa do 9º Ano

      A matriz de referência de Língua Portuguesa é composta por seis tópicos, relacionados a habilidades desenvolvidas pelos estudantes. Dentro de cada tópico há um conjunto de descritores ligados às competências desenvolvidas. O conjunto de descritores é diferente em cada série avaliada.

D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
D6 – Identificar o tema de um texto.
D11 – Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. 

Tópico II. Implicações do Suporte, do Gênero e /ou do Enunciador na Compreensão do Texto
D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto, etc.).
D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. 

Tópico III. Relação entre Textos

D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.
D21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto

D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
D7 – Identificar a tese de um texto.
D8 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.
D9 – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
D10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
D11 – Estabelecer relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto.
D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc. 

Tópico V. Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido

D16 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
D17 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
D18 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão.
D19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos. 

Tópico VI. Variação Lingüística

D13 – Identificar as marcas lingüísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto

Enem - Questões Comentadas































Exercício sobre coesão textual

Considere o texto abaixo para responder à questão a seguir:
A desigualdade persistente entre o que chamavam o primeiro e o terceiro mundo mantém com relativa vigência alguns de seus postulados. Mas ainda que as decisões e benefícios dos intercâmbios se concentrem nas burguesias das metrópoles, novos processos tornam mais complexa a assimetria: a descentralização das empresas, a simultaneidade planetária da informação e a adequação de certos saberes e imagens internacionais aos conhecimentos e hábitos de cada povo. A disseminação dos produtos simbólicos pela eletrônica e pela telemática, o uso de satélites e computadores na difusão cultural também impedem de continuar vendo os confrontos dos países periféricos como combates frontais com nações geograficamente definidas.
(Néstor G. Canclini, Culturas híbridas – estratégias para entrar e sair da modernidade. Tradução de Ana Regina Lessa e Heloísa P. Cintrão, p. 310, com adaptações)
(SECRETARIA MUNICIPAL DE FAZENDA/RJ – 2010 – ESAF) 1 - No desenvolvimento do texto, a ideia de
(A) “desigualdade persistente” é retomada como “disseminação dos produtos simbólicos”.
(B) “simultaneidade planetária da informação” é retomada como “uso de satélites”.
(C) “postulados” é retomada como “novos processos”.
(D) “benefícios dos intercâmbios” é retomada como “descentralização das empresas”.
(E) “terceiro mundo” é retomada como “países periféricos”.
A questão a seguir toma por base o seguinte texto.
Tradicional defensor de instrumentos ortodoxos de política econômica, o Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu o uso de controles de capital para combater a formação de bolhas financeiras e o fluxo exagerado de investimentos estrangeiros que valorizam excessivamente as moedas nacionais em relação ao dólar. Entre as opções, está a tributação do ingresso de recursos, caminho escolhido pelo Brasil, que elevou de 4% para 6% a alíquota do imposto de operações financeiras (IOF) nas aplicações de renda fixa. Outra possibilidade é a proibição de retirada do dinheiro por um tempo determinado, como fez o Chile. Por enquanto a equipe econômica brasileira resiste em adotar este passo, pois, para o economista americano J. L., o reforço no balanço orçamentário e as ações de caráter mais estrutural são, muitas vezes, as respostas mais adequadas para o aumento de fl uxos. “Mas pode haver circunstâncias em que os controles cambiais sejam úteis, numa medida temporária, para lidar com esse crescimento de capital”, afirma.
(Adaptado de Correio Braziliense, 19 de outubro de 2010)
(CVM – 2010 – ESAF) 2 - Na organização das relações de coesão e coerência no texto, a expressão
(A) “caminho escolhido pelo Brasil” retoma a ideia de “tributação do ingresso de recursos”.
(B) “fluxo exagerado de investimentos estrangeiros” retoma a ideia de “bolhas financeiras”.
(C) “ações de caráter mais estrutural” retoma a ideia de “bolhas financeiras”.
(D) “controles cambiais” retoma a ideia de “ações de caráter mais estrutural”.
(E) “esse crescimento de capital” retoma a ideia de “aplicações de renda fixa”.
Leia o texto para responder às próximas 3 questões.
Sobre os perigos da leitura
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabilidade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada? Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam-se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esforçando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...]
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido ensinado!
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes.
(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado)
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 3 - A palavra “a”, em – ...no entanto, não foi a esperada. (3.º parágrafo), refere-se a
(A) candidatos.
(B) pergunta.
(C) reação.
(D) falar.
(E) gostaria.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 4 - A expressão “um vazio imenso” (3.º parágrafo) refere-se a
(A) candidatos.
(B) pânico.
(C) eles.
(D) reação.
(E) esse campo.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 5 - As palavras que, no 3.º parágrafo, retomam o termo “os candidatos”, são:
(A) eles, outros, próprios.
(B) eles, isso, próprios.
(C) aquilo, eles, seus.
(D) eles, lhes, sua.
(E) aquilo, isso, próprios.
Leia o texto para responder à questão a seguir:
Zelosa com sua imagem, a empresa multinacional Gillette retirou a bola da mão, em uma das suas publicidades, do atacante francês Thierry Henry, garoto-propaganda da marca com quem tem um contrato de 8,4 milhões de dólares anuais. A jogada previne os efeitos desastrosos para vendas de seus produtos, depois que o jogador trapaceou, tocando e controlando a bola com a mão, para ajudar no gol que classificou a França para a Copa do Mundo de 2010. (...)
Na França, onde 8 em cada dez franceses reprovam o gesto irregular, Thierry aparece com a mão no bolso. Os publicitários franceses acham que o gato subiu no telhado. A Gillette prepara o rompimento do contrato. O serviço de comunicação da gigante Procter & Gamble, proprietária da Gillette, diz que não.
Em todo caso, a empresa gostaria que o jogo fosse refeito, que a trapaça não tivesse acontecido. Na impossibilidade, refez o que está ao seu alcance, sua publicidade.
Segundo lista da revista Forbes, Thierry Henry é o terceiro jogador de futebol que mais lucra com a publicidade – seus contratos somam 28 milhões de dólares anuais. (...)
(Veja, 02.11.2009. Adaptado)
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 6 - Assinale a alternativa em que todas as palavras ou expressões recuperam, por coesão textual, o fato de Thierry ter controlado a bola com a mão.
(A) jogada, gesto irregular.
(B) jogada, impossibilidade.
(C) impossibilidade, trapaça.
(D) gesto irregular, trapaça.
(E) gesto irregular, mão no bolso.
Leia o texto para responder à questão a seguir.
Quanto veneno tem nossa comida?
Desde que os pesticidas sintéticos começaram a ser produzidos em larga escala, na década de 1940, há dúvidas sobre o perigo para a saúde humana. No campo, em contato direto com agrotóxicos, alguns trabalhadores rurais apresentaram intoxicações sérias. Para avaliar o risco de gente que apenas consome os alimentos, cientistas costumam fazer testes com ratos e cães, alimentados com doses altas desses venenos. A partir do resultado desses testes e da análise de alimentos in natura (para determinar o grau de resíduos do pesticida na comida), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece os valores máximos de uso dos agrotóxicos para cada cultura. Esses valores têm sido desrespeitados, segundo as amostras da Anvisa. Alguns alimentos têm excesso de resíduos, outros têm resíduos de agrotóxicos que nem deveriam estar lá. Esses excessos, isoladamente, não são tão prejudiciais, porque em geral não ultrapassam os limites que o corpo humano aguenta. O maior problema é que eles se somam – ninguém come apenas um tipo de alimento.
(Francine Lima, Revista Época, 09.08.2010)
(CREMESP – 2011 - VUNESP) 7 - Para avaliar o risco de gente que apenas consome os alimentos, cientistas costumam fazer testes com ratos e cães, alimentados com doses altas desses venenos. A expressão em destaque refere-se aos
(A) alimentos consumidos pelos trabalhadores.
(B) ratos usados para testes.
(C) cães que ingerem alimentos com agrotóxicos.
(D) pesticidas sintéticos e agrotóxicos.
(E) alimentos in natura.
Leia o texto a seguir para responder à próxima questão.
CIDADE MARAVILHOSA?
Os camelôs são pais de famílias bem pobres, e, então, merecem nossa simpatia e nosso carinho; logo eles se multiplicam por 1000. Aqui em frente à minha casa, na Praça General Osório, existe há muito tempo a feira hippie. Artistas e artesãos expõem ali aos domingos e vendem suas coisas. Uma feira um tanto organizada demais: sempre os mesmos artistas mostrando coisas quase sempre sem interesse. Sempre achei que deveria haver um canto em que qualquer artista pudesse vender um quadro; qualquer artista ou mesmo qualquer pessoa, sem alvarás nem licenças. Enfim, o fato é que a feira funcionava, muita gente comprava coisas – tudo bem. Pois de repente, de um lado e outro, na Rua Visconde de Pirajá, apareceram barracas atravancando as calçadas, vendendo de tudo - roupas, louças, frutas, miudezas, brinquedos, objetos usados, ampolas de óleo de bronzear, passarinhos, pipocas, aspirinas, sorvetes, canivetes. E as praias foram invadidas por 1000 vendedores. Na rua e na areia, uma orgia de cães. Nunca vi tantos cães no Rio, e presumo que muita gente anda com eles para se defender de assaltantes. O resultado é uma sujeira múltipla, que exige cuidado do pedestre para não pisar naquelas coisas. E aquelas coisas secam, viram poeira, unem-se a cascas de frutas podres e dejetos de toda ordem, e restos de peixes da feira das terças, e folhas, e cusparadas, e jornais velhos; uma poeira dos três reinos da natureza e de todas as servidões humanas.
Ah, se venta um pouco o noroeste, logo ela vai-se elevar, essa poeira, girando no ar, entrar em nosso pulmão numa lufada de ar quente. Antigamente a gente fugia para a praia, para o mar. Agora há gente demais, a praia está excessivamente cheia. Está bem, está bem, o mar, o mar é do povo, como a praça é do condor – mas podia haver menos cães e bolas e pranchas e barcos e camelôs e ratos de praia e assaltantes que trabalham até dentro d’água, com um canivete na barriga alheia, e sujeitos que carregam caixas de isopor e anunciam sorvetes e quando o inocente cidadão pede picolé de manga, eis que ele abre a caixa e de lá puxa a arma. Cada dia inventam um golpe novo: a juventude é muito criativa, e os assaltantes são quase sempre muito jovens.
Rubem Braga
(UFRJ – 2010 – NCE/UFRJ) 8 - Assinale a alternativa em que o antecedente do termo sublinhado NÃO está localizado no mesmo segmento destacado do texto:
(A) “...eis que ele abre a caixa e de puxa a arma”;
(B) “Artistas e artesãos expõem ali aos domingos, e vendem suas coisas”;
(C) “O resultado é uma sujeira múltipla, que exige cuidado do pedestre...”;
(D) “Enfim, o fato é que a feira funcionava, muita gente comprava coisas...”;
(E) “Nunca vi tantos cães no Rio, e presumo que muita gente anda com eles...”.
Leia o texto a seguir para responder à próxima questão.
Convivas de boa memória
Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua as publique. Um antigo dizia arrenegar de conviva que tem boa memória. A vida é cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter a memória fraca seja exatamente não me acudir agora o nome de tal antigo; mas era um antigo, e basta.
Não, não, a minha memória não é boa. Ao contrário, é comparável a alguém que tivesse vivido por hospedarias, sem guardar delas nem caras nem nomes, e somente raras circunstâncias. A quem passe a vida na mesma casa de família, com os seus eternos móveis e costumes, pessoas e afeições, é que se lhe grava tudo pela continuidade e repetição. Como eu invejo os que não esqueceram a cor das primeiras calças que vestiram! Eu não atino com a das que enfiei ontem. Juro só que não eram amarelas porque execro essa cor; mas isso mesmo pode ser olvido e confusão.
E antes seja olvido que confusão; explico-me. Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio algum desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em chegando ao fim, é cerrar os olhos e evocar todas as coisas que não achei nele. Quantas ideias finas me acodem então! Que de reflexões profundas! Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas folhas lidas, todos me aparecem agora com as suas águas, as suas árvores, os seus altares, e os generais sacam das espadas que tinham ficado na bainha, e os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista.
É que tudo se acha fora de um livro falho, leitor amigo. Assim preencho as lacunas alheias; assim podes também preencher as minhas.
(Assis, de Machado. Dom Casmurro – Editora Scipione – 1994 – pág. 65)
(DETRAN/RN – 2010 – FGV) 9 - “... mas isso mesmo pode ser olvido e confusão.” A palavra sublinhada nessa frase se refere:
(A) À precária memória do narrador.
(B) Às pessoas que viveram em hospedarias.
(C) À vida dos convivas.
(D) Às pessoas que passam a vida na mesma casa de família.
(E) Ao narrador não se lembrar da cor das calças.
Leia o texto a seguir e responda à próxima questão.
Os dicionários de meu pai
Pouco antes de morrer, meu pai me chamou ao escritório e me entregou um livro de capa preta que eu nunca havia visto. Era o dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Ficava quase escondido, perto dos cinco grandes volumes do dicionário Caldas Aulete, entre outros livros de consulta que papai mantinha ao alcance da mão numa estante giratória. Isso pode te servir, foi mais ou menos o que ele então me disse, no seu falar meio grunhido. Era como se ele,cansado, me passasse um bastão que de alguma forma eu deveria levar adiante. E por um tempo aquele livro me ajudou no acabamento de romances e letras de canções, sem falar das horas em que eu o folheava à toa; o amor aos dicionários, para o sérvio Milorad Pavic, autor de romances-enciclopédias, é um traço infantil de caráter de um homem adulto.
Palavra puxa palavra, e escarafunchar o dicionário analógico foi virando para mim um passatempo. O resultado é que o livro, herdado já em estado precário, começou a se esfarelar nos meus dedos. Encostei-o na estante das relíquias ao descobrir, num sebo atrás da sala Cecília Meireles, o mesmo dicionário em encadernação de percalina. Por dentro estava em boas condições, apesar de algumas manchas amareladas, e de trazer na folha de rosto a palavra anauê, escrita a caneta-tinteiro.
Com esse livro escrevi novas canções e romances, decifrei enigmas, fechei muitas palavras cruzadas. E ao vê-lo dar sinais de fadiga, saí de sebo em sebo pelo Rio de Janeiro para me garantir um dicionário analógico de reserva. Encontrei dois, mas não me dei por satisfeito, fiquei viciado no negócio. Dei de vasculhar livrarias país afora, só em São Paulo adquiri meia dúzia de exemplares, e ainda arrematei o último à venda a Amazom.com antes que algum aventureiro o fizesse. Eu já imaginava deter o monopólio (açambarcamento, exclusividade, hegemonia, senhorio, império) de dicionários analógicos da língua portuguesa, não fosse pelo senhor João Ubaldo Ribeiro, que ao que me consta também tem um quiçá carcomido pelas traças (brocas, carunchos, gusanos, cupins, térmitas, cáries, lagartas-rosadas, gafanhotos, bichos-carpinteiros).
A horas mortas eu corria os olhos pela minha prateleira repleta de livros gêmeos, escolhia um a esmo e o abria a bel-prazer. Então anotava num Moleskine as palavras mais preciosas, a fim de esmerar o vocabulário com que embasbacaria as moças e esmagaria meus rivais.
Hoje sou surpreendido pelo anúncio desta nova edição do dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Sinto como se invadissem minha propriedade, revirassem meus baús, espalhassem ao vento meu tesouro. Trata-se para mim de uma terrível (funesta, nefasta, macabra, atroz, abominável, dilacerante, miseranda) notícia.
(Francisco Buarque de Hollanda, Revista Piauí, junho de 2010)
(FAETEC/RJ – 2010 – CEPERJ) 10 - Em “Isso pode te servir” (meio do primeiro parágrafo), o pronome demonstrativo tem como referente:
(A) o dicionário analógico
(B) o dicionário Caldas Aulete
(C) os livros de consulta
(D) a estante giratória
(E) os cinco grandes volumes

GABARITO
1 - E
2 - A
3 - C
4 - E
5 - D
6 - D
7 - D
8 - D
9 - E
10 - A


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Quando usar a vírgula antes do "e" ?

A conjunção “e” pode ser encontrada de diversas formas: com vírgula antes ou depois e, mais frequentemente, sem vírgula. Tudo depende do caso.

Primeiro vamos ver as situações em que a vírgula NÃO é usada com a conjunção “e”.

1. Não se usa vírgula junto com a conjunção “e” quando ela coordena ou liga os elementos de uma enumeração, que pode ser formada por substantivos, pronomes, adjetivos, orações etc. O “e” justamente substitui a vírgula diante do último elemento da enumeração:

Exemplos:
Uma redação jornalística deve ser clara, objetiva, concisa e informativa.
O político não acredita que possa haver paz entre israelenses e palestinos.
Maria e Felipe estão casados há dez anos.
Esses produtos inovadores reduzem o colesterol, controlam a pressão arterial e tratam a depressão, entre outros efeitos.
Alexandre era uma aluno criativo e original, com seu estilo próprio e sua notável capacidade de interpretação e de crítica.

2. Agora, DEVE-SE usar a vírgula necessariamente antes ou depois da conjunção e na enumeração quando ali se coloca alguma intercalação. Neste caso, a vírgula não tem relação direta com o “e”; ela está lá para fechar ou abrir a intercalação.

Exemplos:
O Estado de São Paulo, através da Secretaria de Meio Ambiente, e a Fundesp firmaram convênio com vistas a formar pessoal.
João Silva, brasileiro, comerciante, residente na Rua X, e sua mulher, Nair Silva, brasileira, professora, requerem…
Só beberam água, que faz tanto bem à saúde, e, ao final da festa, um cafezinho.
Dividiu o bolo em fatias e, pela pressa das crianças, distribuiu-as rapidamente.

Dica!
Resumindo, é sempre bom usar o bom senso. Em vez de decorar se há vígula antes ou depois de alguma conjunção (e, mas, entretanto, porém, etc), examine o contexto em que a vírgula é usada. Por exemplo, as intercalações devem ser separadas por duas vírgulas, esteja ela antes ou depois do e, de modo a não se criar ambiguidade ou atropelamento da frase.
E, claro, nunca é demais lembrar que a VÍRGULA NUNCA DEVE SEPARAR SUJEITO E PREDICADO.

http://quemtemmedodeportugues.wordpress.com

Qual é o Gênero?


   À exceção dos seres sexualmente diferenciados, o gênero de alguns substantivos fixa-se ao longo da evolução histórica de cada língua. Assim, não raro um mesmo substantivo difere, quanto ao gênero, de uma língua para outra. Existem palavras que possuem gênero ambíguo, a elas se aplicando tanto o masculino como o feminino. Há nomes que são chamados comuns de dois, por se aplicarem a ambos os sexos. Diante das variações possíveis, o gênero de algumas palavras costuma provocar discussões. Veja a seguir as dúvidas mais frequentes:

O guaraná ou a guaraná? O refrigerante, feito de um fruto da Amazônia, possui gênero masculino, da mesma forma que o fruto. Fala-se erradamente em ‘a guaraná’, por analogia a outros refrigerantes (como a Coca, Pepsi, etc.).
Por Exemplo: Vamos beber um guaraná.
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O aguardente ou a aguardente? É substantivo de gênero feminino.
Por Exemplo: Esta aguardente é a melhor que encontramos no mercado.
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O gambá ou a gambá? Tanto faz. As duas formas são corretas.
Por Exemplo: A gambá é um animal mamífero.
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O pernoite ou a pernoite? É substantivo de gênero masculino.
Por Exemplo: O pernoite nesta pousada está um pouco caro.
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O sabiá ou a sabiá? Tanto faz. As duas formas são corretas.
Por Exemplo: O canto da sabiá é muito conhecido.
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O laringe ou a laringe? Tanto faz. As duas formas são corretas.
Por Exemplo: O laringe evita a penetração de alimento na traqueia.
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O diabete ou a diabete? As duas formas são aceitas. Em alguns casos, usa-se diabetes, que apesar do "s" final, trata-se de um vocábulo no singular. Assim, tem-se: o diabete, a diabete, o diabetes ou a diabetes.
Por Exemplo: Na aula de biologia, estudaremos o diabete.
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O fênix  ou a fênix?  É substantivo de gênero feminino.
Por Exemplo: A ave fênix, segundo a tradição egípcia, renascia das próprias cinzas.
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O cal ou a cal? É substantivo de gênero feminino.
Por Exemplo: A cal que vamos utilizar na obra já foi encomendada.
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O púbis ou a púbis? É substantivo do gênero masculino.
Por Exemplo: O púbis é a parte mais anterior do osso ilíaco.
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O xerox  ou  a xerox? Tanto faz. As duas formas são aceitas. Por Exemplo: Peguei o xerox que a professora solicitou. generos_xerox.jpg (2706 bytes)
O magazine ou a magazine?  É substantivo de gênero masculino, originado da forma francesa magasin (armazém).
Por Exemplo: O magazine abrirá neste feriado.
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O mascote ou a mascote? É substantivo de gênero feminino, originado da forma francesa mascotte (representa boa ventura, boa sina). A mascote pode ser representada por pessoa, animal ou coisa, cuja presença traga boa sorte.
Por Exemplo: Nos jogos pan-americanos de 2007, o Brasil elegeu uma mascote.
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O fondue ou a fondue? É substantivo de gênero feminino, corresponde ao particípio passado do verbo fondre, que em francês significa fundir (derreter). O dicionário Aurélio e o Vocabulário Ortográfico da ABL registram fondue como substantivo de gênero feminino. Para o dicionário Houaiss, é substantivo de dois gêneros.
Por Exemplo: Nos dias frios, gosto de saborear uma fondue.
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O musse ou a musse? É substantivo de gênero feminino, originado da forma francesa mousse (espuma), referindo-se a uma preparação culinária leve e espumosa.
Por Exemplo: Adoro a musse de maracujá feita por minha mãe.
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O baguete ou a baguete? Segundo os dicionários Aurélio e Houaiss, é substantivo de gênero feminino. A palavra tem origem na forma francesa baguette (bastão pequeno e fino).
Por Exemplo: Comprei uma baguete para comer durante a tarde.
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O champanhe ou a champanhe? É substantivo de gênero masculino, pois refere-se a um vinho. A palavra originou-se da forma francesa champagne.
Por Exemplo: O champanhe é um vinho branco mundialmente conhecido e produzido na região de Champagne, no nordeste da França.
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A Origem das Expressões

A língua portuguesa possui inúmeras expressões interessantes. Muitas vezes, elas permanecem imutáveis ao longo de anos, representando um forte papel cultural para o idioma. Existem pessoas que se ocupam em pesquisar e descobrir a origem das expressões, que podem ser fundamentadas na cultura do próprio país, ou ainda ter influência estrangeira, mitológica, religiosa, histórica, etc.
Sabe-se que as expressões são adquiridas no contato direto com a língua, na socialização dos indivíduos. De acordo com estudos, a partir dos cinco ou seis anos, as crianças começam a usar algumas expressões e, daí em diante, continuarão a enriquecer o seu dicionário mental para sempre.
Veja agora mesmo a origem das expressões a seguir:

Corredor Polonês
Corredor polonês é uma expressão comumente utilizada para denominar uma passagem estreita formada por duas fileiras de pessoas que se colocam lado a lado, uma defronte à outra, com a intenção de castigar quem tenha de percorrê-la. A expressão faz referência à região transferida por parte da Alemanha para a Polônia ao fim da Primeira Guerra Mundial, em virtude da assinatura do Tratado de Versalhes. O Corredor Polonês dividiu a Alemanha ao meio, isolando a Prússia Oriental do resto do país. Através de uma extensão de 150 quilômetros e largura variável entre 30 a 80 quilômetros, permitiu que os poloneses circulassem livremente em território alemão, bem como possibilitou o acesso da Polônia ao Mar Báltico. Posteriormente, tanto o Corredor quanto a Prússia foram incorporados ao território polonês. A disputa pela região do Corredor Polonês provocou inúmeros atritos entre os dois países. Em 1939, durante a invasão da Alemanha à Polônia, os poloneses foram encurralados pelos alemães, os quais se posicionavam dos dois lados do Corredor e atiravam contra os poloneses, que estavam no meio.
 
 
Voto de Minerva
A expressão tem sua origem em uma história pertencente à mitologia grega. Agamenon, o comandante da Guerra de Troia, ofereceu a vida de uma filha em sacrifício aos deuses para conseguir a vitória do exército grego contra os troianos. Sua mulher, Clitemnestra, cega de ódio, o assassinou. Com esses crimes, o deus Apolo ordenou que o outro filho de Agamenon, Orestes, matasse a própria mãe para vingar o pai. Orestes obedeceu, mas seu crime também teria que ser vingado. Em vez de aplicar a pena, Apolo deu a Orestes o direito a um julgamento, o primeiro do mundo. A decisão, tomada por 12 cidadãos, terminou empatada. Chamada pelos gregos de Atenas (Minerva era seu nome romano), a deusa da sabedoria proferiu seu voto, desempatando o feito e poupando a vida de Orestes. Eis a razão da expressão Voto de Minerva (também conhecida como "voto de desempate" ou "voto de qualidade").

Bafo de onça
A onça é um animal carnívoro que se lambuza bastante na hora de comer a caça. Por esta razão, fede muito e sua presença é detectada à distância na mata. Assim, pessoas que possuem o hálito fétido passaram a ser chamadas de "bafo de onça". A expressão também faz referência ao hálito de quem está (ou esteve) alcoolizado.
 
Santinha do pau oco
Expressão que se refere à pessoa que se faz de boazinha, mas não é. Nos séculos 18 e 19, os contrabandistas de ouro em pó, moedas e pedras preciosas utilizavam estátuas de santos ocas por dentro. O santo era "recheado" com preciosidades roubadas e enviado para Portugal.
 
Névoa baixa, sol que racha
Ditado muito falado no meio rural. A Climatologia o confirma. O fenômeno da névoa ocorre geralmente no final do inverno e começo do verão. Conhecida também como cerração, a névoa fica a baixa altitude pela manhã provocando um aumento rápido da temperatura para o período da tarde.
 
          Sem eira nem beira
Significa pessoas sem bens, sem posses. Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde grãos ficam ao ar livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada. Na região nordeste este ditado tem o mesmo significado mas outra explicação. Dizem que antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado triplo: a eira, a beira e a tribeira como era chamada a parte mais alta do telhado. As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado , então construíam somente a tribeira ficando assim "sem eira nem beira".


Quando a fotografia foi inventada, a impressão da imagem no filme não se dava com a mesma rapidez dos dias atuais. Na metade do século 19, os fotografados tinham de permanecer parados por até 15 minutos, a fim de que sua imagem fosse impressa dentro da máquina. Fazer as crianças ficarem imóveis por tanto tempo era um verdadeiro desafio. Por isso, gaiolas com pássaros ficavam penduradas atrás dos fotógrafos, o que chamava a atenção dos pequenos. Assim, a expressão “Olha o passarinho” ficou conhecida como a frase dita pelo fotógrafo na hora da pose para a foto.





























































































 








 Olha o passarinho!

Motorista barbeiro

Antigamente, os barbeiros eram conhecidos não apenas por realizar o corte de cabelo e barba, mas também por desempenhar tarefas como: extração de dentes, remoção de calos e unhas, entre outros. Geralmente, os serviços extra deixavam consequências desagradáveis aos clientes. No século 15, o termo “barbeiro” era atribuído a atividades mal executadas. Com o tempo, passou a ser relacionado aos motoristas.  Daí a expressão “motorista barbeiro”, ou seja, mau motorista.

Para falar que algo nunca foi usado ou que, se já foi, está em ótimo estado, dizemos que está "novo em folha". A expressão também pode ser usada para designar alguém que, depois de se machucar ou enfrentar uma doença, está curado. A origem dessa expressão baseia-se em folhas de papel branquinhas, limpinhas e sem amassados, encontradas em livros novos, recém impressos. Assim, trata-se de livros “novos em folha”.
Novo em folha

A expressão vem do inglês honeymoon. Na Irlanda, na Idade Média, os jovens recém-casados tinham o costume de tomar uma bebida fermentada chamada mead – ou hidromel, composta de água, mel, malte, levedo, entre outros ingredientes. O mel era considerado uma fonte de vida, com propriedades afrodisíacas. A bebida deveria ser consumida durante um mês (ou uma lua). Por essa razão, esse período passou a ser chamado de “lua de mel”.
 
      Lua de mel
 
Casa da mãe Joana
A expressão "casa da mãe Joana" alude a um lugar em que vale tudo, onde todo mundo pode entrar, mandar, uma espécie de grau zero de organização. A mulher que deu nome a tal casa viveu no século 14. Joana era condessa de Provença e rainha de Nápoles (Itália). Teve a vida cheia de confusões. Em 1347, aos 21 anos, regulamentou os bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada. Uma das normas dizia: "o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar". "Casa da mãe Joana" virou sinônimo de prostíbulo, de lugar onde impera a bagunça.

A origem mais aceita para a expressão está relacionada com os imigrantes que chegavam ao Brasil no século 19. Eles costumavam trazer da Europa ferramentas para o cultivo da terra, como foices e enxadas, além de animais, como vacas e porcos. Uma ferramenta poderia indicar uma profissão, uma habilidade, demonstrava disposição para o trabalho. O contrário, chegar de mãos abanando, indicava preguiça. Atualmente, quando uma pessoa vai a uma festa, mandam os bons modos que leve um presente. Se não o faz, diz-se que “chegou com as mãos abanando”.

Chegar de mãos abanando

Pensando na morte da bezerra
A história mais aceitável para explicar a origem da expressão é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Conta-se que certa vez um rei resolveu sacrificar uma bezerra e que seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, opôs-se. Independentemente disso, a bezerra foi oferecida aos céus e afirma-se que o garoto passou o resto de sua vida pensando na morte da bezerra. Assim, estar “pensando na morte da bezerra” significa estar distante, pensativo, alheio a tudo.

"Homines sunt ejusdem farinae" (São homens da mesma farinha, em latim) é a origem dessa expressão, utilizada para generalizar um comportamento reprovável. A metáfora faz referência ao fato de a farinha de boa qualidade ser posta em sacos separados, para não ser confundida com a de qualidade inferior. Assim, utilizar a expressão "farinha do mesmo saco" é insinuar que os bons andam com os bons, enquanto os maus preferem os maus.
    Farinha do mesmo saco
      
Dor de cotovelo
A expressão teve origem nas cenas de pessoas sentadas em bares, com os cotovelos apoiados no balcão, bebendo e chorando a dor de um amor perdido. De tanto permanecerem naquela posição, as pessoas ficavam com dores nos cotovelos. Atualmente, é muito comum utilizar essa expressão para designar o despeito provocado pelo ciúme ou a tristeza causada por uma decepção amorosa.
Ovelha negra
Esta expressão não é brasileira nem restrita à língua portuguesa. Vários outros idiomas também a utilizam para designar alguém que destoa de um grupo, assim como uma ovelha da cor preta se diferencia em um rebanho de animais brancos. Na Antiguidade, os animais pretos eram considerados maléficos e, por isso, sacrificados em oferenda aos deuses ou para acertar certos acordos. Daí o hábito de chamar de "ovelha negra" aqueles que se diferenciam por desagradar e chocar aos demais.


No século 13, baús eram usados para guardar joias e documentos da corte de Portugal. Cada baú tinha quatro fechaduras e era aberto por quatro chaves distribuídas entre funcionários do reino. Com o tempo, os baús caíram em desuso. E algo que antes estava bem “guardado a quatro chaves”, passou a ser “guardado a sete chaves”, devido ao misticismo associado ao número 7. Esse misticismo originou-se nas religiões primitivas babilônicas e egípcias, que cultuavam os sete planetas conhecidos na época. Assim, a expressão “guardar a sete chaves” está relacionada ao ato de guardar algo com segurança e sob sigilo absoluto.
Guardar a sete chaves

Tintim por tintim
Corrente tanto no português do Brasil como em Portugal, a expressão "tintim por tintim" é utilizada para falar de alguma coisa descrita em seus mínimos detalhes. Segundo o filólogo brasileiro João Ribeiro, “tintim é a onomatopeia do tilintar de moedas”, ou seja, tintim é o barulho que uma moeda faz quando cai sobre outra. Em sua origem, a expressão “tintim por tintim” era usada para se referir a uma conta ou dívida paga até a última moeda. Assim, quando queremos obter informações precisas sobre algum fato ou situação, costumamos dizer: "Conte-me tudo, tintim por tintim”


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